Desde
o Renascimento, que damos conta do aparecimento exponencial de mulheres
artistas, como é o caso de Sofonisba Anguissola, Levina Teerling e Artemisia
Gentileschi[1].
Sofonisba
era da origem de uma pequena nobreza, que cedo se esforçou por dar o que era na
altura uma das melhores educações. Sofonisba e as cinco irmãs tinham como
disciplinas a pintura, o latim, a música e a antiguidade clássica. Foi neste
ambiente que vemos surgir Sofonisba, uma pintora exímia que ultrapassou as
fronteiras de Itália, passando algum tempo na corte de Filipe II, em Madrid[2].
Esta
artista notabilizou-se no seu tempo pelas encomendas de retratos para várias
cortes de Itália e pela encomenda em particular do Papa Pio IV do retrato de
Isabel Valois, ao qual lhe agradeceu numa carta pessoal e onde se mostrou muito
agradado.
Levina
Teerling, contemporânea de Sofonisba, de origem flamenga, foi, por sua vez,
chamada para a corte de Henrique VIII, na Inglaterra, onde permaneceu toda a
sua vida como pintora de miniaturas.
Sobre
a última artista, Artemisia Gentileschi, tem-se escrito muito devido a três
grandes razões:
“Em primeiro lugar o facto de
existir uma quantidade substancial de obra e texto (…) Em segundo lugar, a sua
história de vida, marcada por uma violação e o subsequente conflito em tribunal
(…) Em terceiro lugar, e relacionado com o anterior, os temas escolhidos,
privilegiando mulheres fortes (…)”[3]
[1] Artemisia foi violada pelo seu
professor de perspetiva e amigo pessoal do seu pai. O caso foi levado a
tribunal e deu lugar a muita especulação. Este acontecimento particular da sua
vida marcou também a sua obra, tratando temas violentos e ameaçadores.
[2] A temporada que Sofonisba passou
em Madrid, ao serviço da segunda mulher de Filipe II, Isabel Valois, grande
admiradora das artes, corresponde a um decréscimo da produção de obras de arte,
dando à História pouca informação da sua estada na corte madrilena.
[3] VICENTE, Filipa Lowndes, A arte sem história – mulheres artistas
(sécs. XVI-XVIII), nº4, ARTIS, 2005, p. 218
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