quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Mulheres artistas no tempo

Desde o Renascimento, que damos conta do aparecimento exponencial de mulheres artistas, como é o caso de Sofonisba Anguissola, Levina Teerling e Artemisia Gentileschi[1].
Sofonisba era da origem de uma pequena nobreza, que cedo se esforçou por dar o que era na altura uma das melhores educações. Sofonisba e as cinco irmãs tinham como disciplinas a pintura, o latim, a música e a antiguidade clássica. Foi neste ambiente que vemos surgir Sofonisba, uma pintora exímia que ultrapassou as fronteiras de Itália, passando algum tempo na corte de Filipe II, em Madrid[2].
Esta artista notabilizou-se no seu tempo pelas encomendas de retratos para várias cortes de Itália e pela encomenda em particular do Papa Pio IV do retrato de Isabel Valois, ao qual lhe agradeceu numa carta pessoal e onde se mostrou muito agradado.
Levina Teerling, contemporânea de Sofonisba, de origem flamenga, foi, por sua vez, chamada para a corte de Henrique VIII, na Inglaterra, onde permaneceu toda a sua vida como pintora de miniaturas.
Sobre a última artista, Artemisia Gentileschi, tem-se escrito muito devido a três grandes razões:
“Em primeiro lugar o facto de existir uma quantidade substancial de obra e texto (…) Em segundo lugar, a sua história de vida, marcada por uma violação e o subsequente conflito em tribunal (…) Em terceiro lugar, e relacionado com o anterior, os temas escolhidos, privilegiando mulheres fortes (…)”[3]




[1] Artemisia foi violada pelo seu professor de perspetiva e amigo pessoal do seu pai. O caso foi levado a tribunal e deu lugar a muita especulação. Este acontecimento particular da sua vida marcou também a sua obra, tratando temas violentos e ameaçadores.
[2] A temporada que Sofonisba passou em Madrid, ao serviço da segunda mulher de Filipe II, Isabel Valois, grande admiradora das artes, corresponde a um decréscimo da produção de obras de arte, dando à História pouca informação da sua estada na corte madrilena.
[3] VICENTE, Filipa Lowndes, A arte sem história – mulheres artistas (sécs. XVI-XVIII), nº4, ARTIS, 2005, p. 218

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